“Combining high‐throughput omics with biochemical and physiological approaches to identify and characterize biomarkers of berry quality and environmental stress acclimation and adaptation”
Até dezembro de 2019, os investigadores vão relatar tudo o que foi desenvolvido e as conclusões obtidas ao longo de todo o projeto INTERACT. Neste artigo, Artur Conde, investigador do projeto “Grapevine management measures at short‐term and their effects on wine quality“, dentro da linha VITALITY WINE, faz uma resenha dos principais resultados obtidos.
No trabalho efetuado pela equipa do Prof. H. Gerós no âmbito da Atividade 2.5 do Projecto P2 do projeto VitalityWine (INTERACT), para além de se ter descoberto uma série de respostas nos frutos e folhas de videira ao serem afetados por períodos de secura extrema, entre outros stresses ambientais, ao nível molecular, bioquímico e fisiológico, descobriu-se também a forma como algumas estratégias de curto-prazo para a mitigação dos efeitos nefastos do stresse estival influenciam positivamente alguns dos já referidos mecanismos moleculares, bioquímicos e fisiológicos subjacentes às características de qualidade do bago de uva e que conferem tolerância ao stresse ambiental.
Destas alterações moleculares e bioquímicas em vias metabólicas chave para a qualidade do bago de uva, bem como, subsequentemente, do vinho, resultam, por exemplo, frutos com maior teor em antocianinas e outros flavonoides (com importantes propriedades nutracêuticas e que conferem cor ao vinho), maior quantidade de ácidos orgânicos (importantes para a frescura dos vinhos), aumentada síntese de compostos osmoprotectores, melhorada capacidade de transporte de açúcares para o fruto, assim como uma acentuada capacidade de síntese de açúcares ao nível da folha na fotossíntese. Isto tudo enquanto, simultaneamente, as videiras se tornam consideravelmente mais tolerantes a períodos de stresse hídrico, algo particularmente relevante na região demarcada do Douro. Progressos científicos foram também feitos na identificação de mecanismos envolvidos na resistência a stresse biótico, como por exemplo na infecção pelo fungo Botrytis cinerea, bem como na experimentação de novas estratégias para modificar selectivamente vias metabólicas de células do bago de uva pela adição exógena de pequenos péptidos.