Cláudia Castro: “Com o INTERACT, consegui obter mais experiência profissional”
O INTERACT não se faz sem investigação. Este é uma das entrevistas da série #SomosINTERACT que pretende dar a voz aos bolseiros de investigação envolvidos no projeto.
Nesta entrevista, Cláudia Castro, bolseira de investigação afeta à linha de investigação VITALITY WINE, falou sobre o trabalho de investigação que está a desenvolver e de que forma o INTERACT lhe abriu novas portas para outras áreas de investigação.
Perfil
Cláudia Castro é uma bolseira de investigação do projeto INTERACT. Está, neste momento, a realizar o Doutoramento em Ciências Químicas e Biológicas.
Afeta à linha VITALITY WINE, a sua investigação foca-se no estudo dos efeitos de concentrações de micronutrientes na divisão celular em variedades portuugesas da videira.
Que investigação está a desenvolver no INTERACT e em que consiste?
O meu trabalho de investigação consiste em estudar quais os efeitos que diferentes concentrações de micronutrientes, como o cobre ou o zinco, têm na divisão celular, na atividade nucleolar e na integridade do ADN de diferentes variedades portuguesas da videira.
Qual a aplicabilidade da sua investigação e que novidades vem acrescentar à investigação já existente?
Atualmente, existe um número reduzido de trabalhos em citogenética em videira. E existem ainda menos em variedades portuguesas devido às dificuldades que a espécie apresenta. Este trabalho permite compreender, de uma forma fundamental, o efeito do excesso de micronutrientes na videira. É um problema que existe em Portugal devido à existência de solos ácidos e à aplicação de sulfato de cobre como fungicida. Como está a ser estudada mais que uma variedade, este trabalho pode servir para selecionar variedades de videira mais resistentes a excessos de micronutrientes específicos.
Que resultados já foram obtidos?
No estudo com o micronutriente zinco, verificamos que este reduz a divisão celular e a atividade nucleolar das raízes da videira, o que interfere no seu crescimento e, consequentemente, na capacidade de captação de água e nutrientes por parte da planta. No estudo com cobre, verificamos que este tem o poder de induzir danos noADN, mesmo quando presente em baixas concentrações, o que pode prejudicar o desenvolvimento da planta no geral.
Que balanço faz da sua participação no projeto INTERACT?
Com o projeto INTERACT, consegui obter mais experiência profissional e entrar em contacto com áreas e departamentos diferentes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A sua participação no projeto abriu-lhe perspetivas para outras investigações em outras áreas?
Visto que a minha formação base é em genética e biologia molecular, com este projeto, tive contacto, pela primeira vez, com a área da fisiologia vegetal.